Por João Neutzling Jr.
Auditor estadual, bacharel em Economia, mestre em Educação e professor
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No embalo da Copa do Mundo do Catar é relevante lembrar a copa onde o Brasil perde de goleada, a copa do Prêmio Nobel.

O prêmio foi instituído pelo cientista sueco Alfred Nobel (1883-1896), inventor da dinamite entre outras obras, e se destina a recompensar trabalhos científicos e sociais nas áreas de Medicina, Química, Física, Economia, da Paz e Literatura. A premiação é outorgada desse 1901 e demonstra o grau de avanço científico, educacional e humano de cada país.

Os Estados Unidos são o País com o maior número de premiações com 355 ganhadores, seguido pela Inglaterra com 120 premiações, Alemanha com 105, França com 67, Suécia com 31, Rússia com 27, Suíça com 26, Japão com 25, Canadá com 23 Itália com 20, seguidos por outras nações. Nossa vizinha Argentina tem cinco prêmios, incluindo o escritor Adolfo Perez Esquivel, prêmio Nobel da Paz de 1980.

A Colômbia tem dois prêmios Nobel, entre eles o prêmio Nobel de Literatura do notável Gabriel Garcia Marquez em 1982 pela magnífica obra Cem anos de solidão.

A única mulher a ganhar duas vezes foi a cientista francesa Marie Curie (1867-1934) que ganhou em Física em 1903, junto com seu marido Pierre Curie, e Química em 1911.

O bacteriologista escocês Alexander Fleming desenvolveu a penicilina, no início do século 20, que foi o primeiro antibiótico a ser usado em larga escala e salvou milhões de vidas desde sua produção em série. Por sua pesquisa, Fleming ganhou o Nobel de Medicina em 1948.

Todos os países avançados têm centros de pesquisa científica onde se desenvolvem inúmeros projetos de pesquisa de ponta como o Instituto de Tecnologia de Massachussets (Massachusetts Institute of Technology – MIT), fundado em 1861 nos Estados Unidos e que tem 98 premiados com o Nobel. Na França, há o Instituto Pasteur de Paris, fundado em 1887 em memória do pesquisador Louis Pasteur (que criou a vacina contra a raiva) e tem oito prêmios Nobel em Medicina. Na Alemanha, há o instituto Max Planck de Química, situado na Renânia e também detentor de vários Nobel.

Existe uma correlação muito forte entre pesquisa científica, renda per capita e Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Assim, os países que mais investem em pesquisa conseguem reverter os resultados em novos produtos/serviços que aumentam o PIB nacional, gerando mais empregos e renda.

A Alemanha investe 2,8% do PIB em pesquisa científica, tem renda per capita de 46 mil dólares e é o terceiro maior ganhador de Nobel. O Brasil investe em torno de 1,2% do PIB em pesquisa, tem uma renda per capita de 7,6 mil dólares (2021) e nunca ganhou um prêmio Nobel. Para o Brasil ganhar esta copa deveria estabelecer plano de longo prazo de investimento em pesquisa científica com recurso orçamentário adequado, premiação nacional para estimular novos pesquisadores e integração universidade/setor privado, entre outras ações.

Ganhar a Copa do Mundo é muito bom. Melhor quando vem acompanhada de vários prêmios Nobel que demonstram a eficiência do sistema educacional, que resulta uma sociedade mais justa e desenvolvida.​